A cerimônia do Grammy de 2004 ficou realmente marcada na carreira de Amy Lee, líder do Evanescence, depois que ela viu sua banda derrotando o favorito 50 Cent em uma das categorias.
O rapper, que havia lançado no ano anterior seu disco de estreia Get Rich or Die Tryin’, perdeu o prêmio de Artista Revelação para o grupo que também estava celebrando seu primeiro álbum de estúdio, Fallen.
Em uma nova entrevista à Metal Hammer (via Loudersound), Lee relembrou o momento da premiação da categoria que também estava sendo disputada por Sean Paul, Heather Headley e pela banda Fountains of Wayne – da qual fazia parte o músico Adam Schlesinger, que faleceu em 2020 por conta dos efeitos da COVID-19. Ela disse:
Eu tinha certeza de que não íamos ganhar, pelo menos não como Melhor Artista Revelação. Eu tinha certeza de que seria 50 Cent. Nós éramos 100% o azarão. Eu pensei tipo, ‘As pessoas não sabem quem eu sou’… Eu sou uma garota de 21, 22 anos, tentando me vestir como um adulto e eu estava sem sapatos quando eles chamaram nosso nome [porque] normalmente não uso salto. Eles são muito desconfortáveis.
No Grammy de 2004, além do prêmio de Artista Revelação, o Evanescence também venceu a categoria de Melhor Performance de Rock. Confira no vídeo ao final da matéria o discurso de vitória de Amy Lee no Grammy!
50 Cent nunca superou derrota na premiação
Ao que tudo indica, 50 Cent ainda não superou a derrota contra o Evanescence. Em 2020, o rapper veterano foi homenageado com uma estrela na calçada da fama em Hollywood e, em seu discurso de agradecimento, ele fez questão de mencionar o troféu que acabou não recebendo no Grammy em 2004.
Errando o nome da banda de rock e gerando risadas do público, o artista questionou por onde estava o “Ervanescence” e apontou que não via a banda desde a aclamada premiação musical.
Amy Lee e o início do Evanescence
Em outro momento da entrevista, Amy Lee refletiu sobre os desafios que o Evanescence enfrentou durante os primeiros momentos de sua trajetória na música.
Lembrando que demorou muito tempo para ser respeitada enquanto compositora, a artista disse:
A luta pela credibilidade foi a mais frustrante no começo. Era a mentalidade das gravadoras dizer, especialmente aos artistas mais novos, que eles precisam de compositores. Eu lutei por muito tempo após o sucesso de ‘Fallen’ para dizer que posso escrever minha própria música.
Eu constantemente tive que lutar contra homens que diziam, ‘Não, você quer que eu faça isso? Você quer que esse cara faça isso? Você quer que meu amigo faça isso?’ E a razão pela qual eles queriam que eles fizessem isso era porque era onde estava o dinheiro. Era onde estava o poder. Todos os outros queriam poder dizer que fizeram isso quando eu fiz isso. Levou muito tempo para ser respeitada por ser uma criadora e não apenas a vocalista, o rostinho bonito na frente dos caras fazendo o trabalho real.
Lee ainda comentou sobre a surpreendente ascensão da banda à fama e compartilhou detalhes do momento delicado de sua vida quando acompanhou as batalhas de saúde do seu irmão:
Algumas coisas foram surreais. Os shows passaram de boates para arenas em alguns meses. Havia muito o que se animar, mas havia muita coisa difícil acontecendo no fundo. Não apenas o drama sobre o que estávamos fazendo, mas também meu irmão [Robby, que morreu em 2018 após complicações com epilepsia] estava doente, e foi um momento assustador de ficar sozinha. E eu, de várias maneiras, naquela época, me sentia sozinha.
A gente nunca sabe as batalhas dos outros, né?