Foto por Rodrigo Ladeira
Considerado um dos maiores rappers do Brasil, Marcelo D2 está completando 30 anos de carreira em 2023, fazendo shows explosivos com o Planet Hemp e lançando o seu nono disco solo, chamado IBORU – que sejam ouvidas as nossas súplicas.
Mesmo com essa trajetória, o músico ainda ouve de alguns empresários e executivos que deveria fazer parcerias com novos artistas de Trap, para ampliar o seu alcance.
Foi o que ele revelou em participação no Podcast Tenho Mais Discos Que Amigos!, dizendo que não quer abdicar da liberdade artística para ser “escravo do algoritmo”.
D2 comentou o sucesso da cantora Anitta na internet e em plataformas de streaming, mas afirmou que está satisfeito em ser referência nos nichos do Rap, Rock e Samba:
Virar escravo desse algoritmo é quase que abdicar de toda a sua liberdade artística. Mas ele pode ser uma coisa boa também, sabe? Não dá pra todo mundo ter os números da Anitta, mas dá pra todo mundo ter números bons dentro dos seus nichos. Eu falo isso porque tenho 30 anos de carreira e há 30 anos que eu ouço ‘essa capa não vende’, ‘essa foto não vende’… hoje em dia é ‘tem que fazer feat com o novinho do Trap’. [risos] Umas paradas muito loucas, que às vezes tu fala assim, ‘Mano, tu tem noção do que tu tá falando?’.
Marcelo D2 ainda fez uma comparação com o momento em que lançou seu segundo álbum, 20 anos atrás, dizendo que só a tecnologia muda, mas as tendências do mercado da música continuam as mesmas:
Quando eu vim de Los Angeles com ‘À Procura da Batida Perfeita’ [álbum de 2003], na época a gente ‘queimava’ um CD-R e eu vim no avião ouvindo aquele disco no discman. A gente era pautado pelas rádios Pop Rock e pelas rádios de Pagode, e eu fiquei pensando, ‘Cacete cara, isso não vai tocar nem na rádio Pop Rock porque é muito Samba, nem na rádio Pagode porque é muito Rap’. E acabou que tocou em tudo quanto é lugar.