Por Heloísa Blasque
Aconteceu neste sábado (11) o penúltimo show da turnê “This is Not a Drill” de Roger Waters no Brasil. O ex-Pink Floyd fez a primeira apresentação de duas no Allianz Parque em São Paulo e emocionou o público com os clássicos da banda, além de chocar e impressionar com os mais variados efeitos pirotécnicos e artes.
Cada música era uma narrativa que Roger contava ao lado de sua banda, e os fãs presentes entravam nessa imersão, alguns exemplos são as músicas “The Bar” em que Waters convidou o público a estar em um bar com ele vivenciando um encontro entre uma mulher negra em situação de rua que foi acolhida por uma mulher indígena, e depois em “Wish You Were Here” em que a história do início do Pink Floyd foi contada através de textos no telão.
O lado político do cantor é muito forte e por isso não foi deixado de canto. O show inteiro é composto por críticas diretas a presidentes e ex-presidentes (especificamente dos Estados Unidos), além de chocar com um ataque direto a casos de extrema violência que tiveram grande repercussão na mídia como George Floyd, Breonna Taylor e Marielle Franco. Todos estes e vários outros estampam os telões durante a música “The Powers that Be”.
Também em “The Bar” Roger dá atenção ao caso de Standing Rock na Dakota do Sul, que foi a maior mobilização de comunidades indígenas nos Estados Unidos em mais de cem anos.
O show tem dois sets com um intervalo de 20 minutos entre eles, o que permite que o público possa ir ao banheiro sem perder nada até que a palavra “Intermission” saia dos telões e o músico volte ao palco com “In The Flesh”. O primeiro set terminou com “Sheep” e uma ovelha enorme passeou pelo estádio surpreendendo a todos.
Roger Waters tem em seu DNA a música nostálgica do Pink Floyd e lutas sociais, que transformam seus shows em verdadeiros espetáculos chocantes e hipnotizantes. São tantas coisas acontecendo de uma vez que o deslumbre é praticamente impossível de ser evitado, ao mesmo tempo que você é transportado diretamente para o coração de um fã, já que o público não deixa nada a desejar e canta todas as músicas de olhos fechados e os braços para o alto.
“This is Not a Drill” ainda tem passagens por outros países da América do Sul, encerrando no Equador dia 09 de Dezembro, e deixando uma saudade desde já no público brasileiro que ficou impressionado mais uma vez com a grandiosidade de Roger Waters.
